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quarta-feira, 24 de março de 2010

Dica 10 - O código

Ficaste aprovado(a) à primeira no teu exame de código?

No da estrada não faço ideia… já no nosso código de prioridades fomos aprovados desde putos e com distinção!

O nosso dia-a-dia é feito de escolhas, importâncias e urgências, pressas e afazeres, decisões e adiamentos, filas e demoras… e por mais voltas que tentes dar, estas variáveis são omnipresentes, cíclicas e teimosas!

Ao contrário das dicas anteriores, hoje não vou escrever para a solução, vou antes problematizar a forma como gerimos as nossas prioridades!

A verdade é que temos uma matriz de prioridades inata, mesmo que nunca tenhas pensado sobre ela e mesmo que nem nunca tenhas dado conta dela. Ela existe!

Chamem-lhe herança genética, aculturação, socialização, adaptação sinérgica… chamem-lhe o que quiserem (aliás há por aí muitos “peritos” a copiar aquilo que se faz lá fora e a trazerem para o nosso rectângulo como se por eles tivesse sido inventado, só porque, lhe deram outro nome) mas temos uma matriz pré-programada que condiciona a gestão das nossas prioridades e que nos leva a escolher o que fazer em primeiro lugar.

Indo directo ao assunto passo a descrever alguns princípios dessa tal matriz inata.

Fazemos normalmente:

1- O que gostamos antes do que não gostamos

2- O que é mais rápido antes do que demora mais tempo a fazer

3- O que é mais fácil antes do que é mais difícil

4- O que sabemos e conhecemos antes do que é novo

5- O que é urgente antes do que é importante

6- O que os outros nos impõem antes do que nós escolhemos

7- O que provém da interrupção dos outros antes das nossas próprias prioridades

8- Nós adiamos até ao limite máximo antes de nos movermos

9- Fazemos normalmente das coisas com base nas suas consequências

Estes nove princípios determinam muitas das escolhas que fazemos e das prioridades que atribuímos diariamente, em especial porque definem atalhos e automatismos geradores de conforto e assentes num menor gasto de energia.

Vou focar-me no princípio 5…

Para fazermos uma gestão mais eficiente do nosso tempo e das nossas prioridades há dois conceitos fundamentais:

Urgência e Importância

Urgente é tudo aquilo que nos é colocado com pressão temporal, algo cujo prazo é reduzido, uma tarefa cujo timing de entrega é mais apertado! Essa pressão temporal define um carácter de urgência!

Importância é tudo aquilo que tem uma correlação directa com os nossos resultados, que está inerente à nossa missão, aos nossos objectivos, algo pelo qual estamos a ser avaliados. O conceito de importância é totalmente independente da variável tempo! E isto faz toda a diferença! Já vamos ver porquê!

Da tua saúde há vários aspectos fundamentais… vamos focar a questão dos dentes!

Os dentes são importantes para ti? Estão quase sempre visíveis? Consegues falar sem os mostrar? Contribuem para a tua auto-estima? Favorecem a tua imagem? Influenciam o teu trabalho e as tuas relações? As respostas são óbvias!

Relativamente ao carácter de importância estamos conversados…

Agora, quando é que a maioria das pessoa vai ao dentista?

Ora nem mais…

Quando está com dores de dentes!

Este exemplo tão básico reflecte um dos maiores pecados da nossa gestão de prioridades diária!

Só fazemos normalmente aquilo que é importante, quando essa importância se tornou também numa … urgência!

Vivemos aquilo que se chama a Tirania do Urgente!

Pensem nisso!

Bjinhos e abraços!

Coaching View

Pedro Guerra

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Dica 9 – Objectivos ou obstáculos?


Há uma frase que diz … “Dentro de cada um de nós, há sempre algo a dizer!”

Fazemos desta frase um lema e por isso estamos sempre abertos às vossas palavras!

A partir de hoje vamos enriquecer o nosso Blog e vamos passar a contar com a ajuda do Cristóvão Nunes.

Com ele virão as Reflexões, como se fossem janelas abertas para novas abordagens, a complexidade dos nossos pensamentos desmontada em palavras e representada nos exemplos do dia-a-dia.

Dentro de ti há também algo a dizer? Tens alguma dica escondida? Alguma reflexão que gostasses de partilhar?

A próxima dica pode ser a tua!


Reflexão 1 – Objectivos ou obstáculos?

Todos nós temos objectivos na vida. É normal e é saudável. Se uma pessoa não tem objectivos é sinal de que ou anda à deriva ou então pode andar perturbada (por exemplo, com uma depressão).

O pior é quando esses objectivos, que nos impelem a agir, se tornam obstáculos à nossa realização.

Vamos a um exemplo: o Manuel ganha 1000 Euros por mês, mas acha que se ganhasse 1500 Euros é que realmente era feliz.

Muitos de nós caímos nesta armadilha; pensamos que só seremos felizes se atingirmos objectivos como ganhar mais dinheiro, mudar de emprego, perder peso, ter um carro mais caro/potente, ter uma casa de sonho, etc.

Acabamos por adiar a nossa satisfação para o momento em que atingirmos o tal objectivo.

O grande problema desta forma de pensar é que podemos enveredar por uma espiral de permanente insatisfação. Quando finalmente o Manuel consegue um salário 1500 Euros, pode descobrir que afinal ainda não se sente feliz. Começa então a pensar que talvez alcance a sua almejada felicidade se auferir 2000 Euros…

O Manuel atingiu o seu objectivo inicial, mas em vez de ter usufruído do novo rendimento, permitindo-se ser mais feliz, continuou a fazer depender a sua felicidade de ideias feitas (mais dinheiro é sinónimo de felicidade).

Não devemos aceitar as ideias vigentes sem antes as questionarmos.

No caso do Manuel, ele devia analisar bem:

·o que realmente o realizaria

·de que forma mais dinheiro o iria, ou não, ajudar à sua realização

Após alguma reflexão profunda, o Manuel podia chegar à conclusão que o que ele queria mesmo era outra coisa que não simplesmente ter mais dinheiro. No entanto, a sua centração em aumentar o seu salário transformara o meio num fim, uma vez que supostamente só a partir do momento em que ganhasse mais dinheiro, se realizaria.


O Cristóvão abriu-nos a janela… e rapidamente a podemos cruzar com o dia a dia das pessoas, querem ver?

Lidero uma equipa e estava a pensar aumentar o salário do meu colaborador como forma de o motivar? Será essa a melhor estratégia? Para todos os casos?

Sinto-me insatisfeito na minha função actual e acho que quero começar a procurar outro trabalho?

O meu filho não gosta de estudar? Conheço os motivos? A lógica da recompensa pelo estudo e pelas boas notas é adequada?

A forma como nos posicionamos nas entrelinhas da satisfação é complexa, a necessidade de vivermos projectados no futuro, salvaguardando-o é por vezes castradora do próprio presente.

Na próxima dica vamos conhecer a melhor forma de definir os nossos objectivos, projectando-os de forma clara, potenciando o seu sucesso!

PS:. Se eu disser … Quero ser um melhor chefe! … Este será um objectivo bem formulado?

Não percas a próxima dica, por que nós também não…

Sempre sonhei escrever isto :)

Até Breve

Coaching View

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Dica 8 – De olhos fechados


O que é que tem aproximadamente 1,4kg, é enrugado como uma noz, corresponde a apenas 1/50 do nosso peso corporal, mas exige 1/5 do nosso fluxo sanguíneo?

O nosso cérebro!

Dizia Aristóteles que o cérebro, antagonista do coração, tinha como função arrefecer o corpo animal…

A história da evolução do conhecimento do cérebro é deveras fascinante, baseada nas dicotomias entre os filósofos, os fisiologistas e os psicólogos, entre a anatomia e os pensamentos… disse Freud que a sua “tópica psíquica nada tinha que ver com a anatomia”.

Hoje em dia é inegável a mais-valia que a conjugação das neurociências com a psicologia nos possibilitou, ainda que não resiste a citar Richard Brockman, um dos mais conceituados psicanalistas americanos … “Nenhum dos princípios de suporte da psicologia foi refutado pela ciência moderna”, afirmou.

Se identificar e conhecer melhor o funcionamento do nosso cérebro continua a ser uma meta, diria que o grande desafio é “agarrar” nesse conhecimento e adaptá-lo ao quotidiano das pessoas, transformando-o em estratégias para melhor viver, sentir e interagir.

Porque é que transpiramos nos sonhos?

Porque é que quando temos um pesadelo o ritmo cardíaco acelera?

Já te aconteceu fechar os olhos a pensar em algo e ficares com um sorriso nos lábios?

Porque é que o nosso corpo reage mesmo quando estamos só a imaginar?

Os últimos estudos referem que o nosso cérebro não distingue o real do imaginado!

Simplificando é dizer, que quando imaginamos um cenário de olhos fechados (por exemplo) o cérebro despoleta sinais semelhantes como se da vivência real da “coisa” se tratasse.

Todos os dias alguém nos diz… “é preciso ter pensamentos positivos!”

Ora… ter pensamentos positivos não é mais do que imaginar cenários bons, bonitos, do nosso interesse, enfim…positivos!

Essa sensação de bem-estar inerente aos pensamentos positivos, é no fundo uma resposta orgânica que o corpo dá nessa direcção… no fundo porque “aldrabamos” o cérebro com o imaginário.

Os pensamentos positivos são de facto uma ferramenta essencial para bem viver no mundo actual… a ciência moderna concorda e corrobora a teoria com a investigação e prova-nos, através do mapeamento de activação funcional do cérebro, que eles valem quase tanto como a vivência real dos acontecimentos.

Eu acho isto fascinante! E tu?

Querem mais?

Existem outros aspectos que podem ser potenciados com esta descoberta das neurociências.

Por exemplo…

Alguma vez te sentiste muito ansioso antes de uma reunião importante?

Vais jantar pela primeira vez com aquele rapaz giro da empresa do lado e estás nervosa, porque não sabes como vai correr?

Estás à procura de emprego e amanhã tens a entrevista final?

Se o nosso cérebro não distingue a realidade da nossa criação imaginária, o que é que vamos fazer para levar o nosso corpo a reagir como queremos e precisamos?

Criar o cenário e dar-lhe vida, explorando algumas das situações que possam surgir.

Não só vamos reduzir os nossos níveis de ansiedade, como vamos predispor a energia do nosso corpo na direcção que pretendemos.

Dizia-me um amigo, enquanto trocávamos impressões sobre este tema, que já deu conta de estar (inconscientemente) a pensar e a criar o cenário de como vão ser alguns telefonemas importantes que por vezes tem que fazer…

Nada acontece por acaso!

Para os mais cépticos…

O que acontece quando fechas os olhos e imaginas a mulher dos teus sonhos?

Pois é!

Mas quando voltas a abrir, afinal… ela não está lá!

E com esta me vou!

Até à próxima

Coaching View