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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Dica 9 – Objectivos ou obstáculos?


Há uma frase que diz … “Dentro de cada um de nós, há sempre algo a dizer!”

Fazemos desta frase um lema e por isso estamos sempre abertos às vossas palavras!

A partir de hoje vamos enriquecer o nosso Blog e vamos passar a contar com a ajuda do Cristóvão Nunes.

Com ele virão as Reflexões, como se fossem janelas abertas para novas abordagens, a complexidade dos nossos pensamentos desmontada em palavras e representada nos exemplos do dia-a-dia.

Dentro de ti há também algo a dizer? Tens alguma dica escondida? Alguma reflexão que gostasses de partilhar?

A próxima dica pode ser a tua!


Reflexão 1 – Objectivos ou obstáculos?

Todos nós temos objectivos na vida. É normal e é saudável. Se uma pessoa não tem objectivos é sinal de que ou anda à deriva ou então pode andar perturbada (por exemplo, com uma depressão).

O pior é quando esses objectivos, que nos impelem a agir, se tornam obstáculos à nossa realização.

Vamos a um exemplo: o Manuel ganha 1000 Euros por mês, mas acha que se ganhasse 1500 Euros é que realmente era feliz.

Muitos de nós caímos nesta armadilha; pensamos que só seremos felizes se atingirmos objectivos como ganhar mais dinheiro, mudar de emprego, perder peso, ter um carro mais caro/potente, ter uma casa de sonho, etc.

Acabamos por adiar a nossa satisfação para o momento em que atingirmos o tal objectivo.

O grande problema desta forma de pensar é que podemos enveredar por uma espiral de permanente insatisfação. Quando finalmente o Manuel consegue um salário 1500 Euros, pode descobrir que afinal ainda não se sente feliz. Começa então a pensar que talvez alcance a sua almejada felicidade se auferir 2000 Euros…

O Manuel atingiu o seu objectivo inicial, mas em vez de ter usufruído do novo rendimento, permitindo-se ser mais feliz, continuou a fazer depender a sua felicidade de ideias feitas (mais dinheiro é sinónimo de felicidade).

Não devemos aceitar as ideias vigentes sem antes as questionarmos.

No caso do Manuel, ele devia analisar bem:

·o que realmente o realizaria

·de que forma mais dinheiro o iria, ou não, ajudar à sua realização

Após alguma reflexão profunda, o Manuel podia chegar à conclusão que o que ele queria mesmo era outra coisa que não simplesmente ter mais dinheiro. No entanto, a sua centração em aumentar o seu salário transformara o meio num fim, uma vez que supostamente só a partir do momento em que ganhasse mais dinheiro, se realizaria.


O Cristóvão abriu-nos a janela… e rapidamente a podemos cruzar com o dia a dia das pessoas, querem ver?

Lidero uma equipa e estava a pensar aumentar o salário do meu colaborador como forma de o motivar? Será essa a melhor estratégia? Para todos os casos?

Sinto-me insatisfeito na minha função actual e acho que quero começar a procurar outro trabalho?

O meu filho não gosta de estudar? Conheço os motivos? A lógica da recompensa pelo estudo e pelas boas notas é adequada?

A forma como nos posicionamos nas entrelinhas da satisfação é complexa, a necessidade de vivermos projectados no futuro, salvaguardando-o é por vezes castradora do próprio presente.

Na próxima dica vamos conhecer a melhor forma de definir os nossos objectivos, projectando-os de forma clara, potenciando o seu sucesso!

PS:. Se eu disser … Quero ser um melhor chefe! … Este será um objectivo bem formulado?

Não percas a próxima dica, por que nós também não…

Sempre sonhei escrever isto :)

Até Breve

Coaching View

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Dica 8 – De olhos fechados


O que é que tem aproximadamente 1,4kg, é enrugado como uma noz, corresponde a apenas 1/50 do nosso peso corporal, mas exige 1/5 do nosso fluxo sanguíneo?

O nosso cérebro!

Dizia Aristóteles que o cérebro, antagonista do coração, tinha como função arrefecer o corpo animal…

A história da evolução do conhecimento do cérebro é deveras fascinante, baseada nas dicotomias entre os filósofos, os fisiologistas e os psicólogos, entre a anatomia e os pensamentos… disse Freud que a sua “tópica psíquica nada tinha que ver com a anatomia”.

Hoje em dia é inegável a mais-valia que a conjugação das neurociências com a psicologia nos possibilitou, ainda que não resiste a citar Richard Brockman, um dos mais conceituados psicanalistas americanos … “Nenhum dos princípios de suporte da psicologia foi refutado pela ciência moderna”, afirmou.

Se identificar e conhecer melhor o funcionamento do nosso cérebro continua a ser uma meta, diria que o grande desafio é “agarrar” nesse conhecimento e adaptá-lo ao quotidiano das pessoas, transformando-o em estratégias para melhor viver, sentir e interagir.

Porque é que transpiramos nos sonhos?

Porque é que quando temos um pesadelo o ritmo cardíaco acelera?

Já te aconteceu fechar os olhos a pensar em algo e ficares com um sorriso nos lábios?

Porque é que o nosso corpo reage mesmo quando estamos só a imaginar?

Os últimos estudos referem que o nosso cérebro não distingue o real do imaginado!

Simplificando é dizer, que quando imaginamos um cenário de olhos fechados (por exemplo) o cérebro despoleta sinais semelhantes como se da vivência real da “coisa” se tratasse.

Todos os dias alguém nos diz… “é preciso ter pensamentos positivos!”

Ora… ter pensamentos positivos não é mais do que imaginar cenários bons, bonitos, do nosso interesse, enfim…positivos!

Essa sensação de bem-estar inerente aos pensamentos positivos, é no fundo uma resposta orgânica que o corpo dá nessa direcção… no fundo porque “aldrabamos” o cérebro com o imaginário.

Os pensamentos positivos são de facto uma ferramenta essencial para bem viver no mundo actual… a ciência moderna concorda e corrobora a teoria com a investigação e prova-nos, através do mapeamento de activação funcional do cérebro, que eles valem quase tanto como a vivência real dos acontecimentos.

Eu acho isto fascinante! E tu?

Querem mais?

Existem outros aspectos que podem ser potenciados com esta descoberta das neurociências.

Por exemplo…

Alguma vez te sentiste muito ansioso antes de uma reunião importante?

Vais jantar pela primeira vez com aquele rapaz giro da empresa do lado e estás nervosa, porque não sabes como vai correr?

Estás à procura de emprego e amanhã tens a entrevista final?

Se o nosso cérebro não distingue a realidade da nossa criação imaginária, o que é que vamos fazer para levar o nosso corpo a reagir como queremos e precisamos?

Criar o cenário e dar-lhe vida, explorando algumas das situações que possam surgir.

Não só vamos reduzir os nossos níveis de ansiedade, como vamos predispor a energia do nosso corpo na direcção que pretendemos.

Dizia-me um amigo, enquanto trocávamos impressões sobre este tema, que já deu conta de estar (inconscientemente) a pensar e a criar o cenário de como vão ser alguns telefonemas importantes que por vezes tem que fazer…

Nada acontece por acaso!

Para os mais cépticos…

O que acontece quando fechas os olhos e imaginas a mulher dos teus sonhos?

Pois é!

Mas quando voltas a abrir, afinal… ela não está lá!

E com esta me vou!

Até à próxima

Coaching View

terça-feira, 14 de julho de 2009

Dica 7 - A ponte

Quantas pontes 25 de Abril existem?

Uma? Olha que não!

Ia na ponte que nos liga…a nós…sim…os da Margem Sul à capital e lembrei-me de falar sobre pontes! Em especial sobre as milhares de pontes que existem sobre o Tejo!

Não querendo tornar extravagante a Dica 7… mas a verdade é que cada um de nós tem a sua ponte sobre o Tejo!

Já leste a Dica do Feijão Verde? Não? … Então, CLICA Feijão Verde, faz uma pausa e vai lê-la primeiro!

O nosso dia é passado a fazer ligações, deduções, induções, conclusões, inferências…estamos permanentemente a estabelecer pontes entre o “eu” e o “outro”!

Qual dos dois tem mais peso? Invariavelmente o “eu”! Se é o mais correcto? O mais real? Claro que não!

A comunicação é claramente egocêntrica!

Eu não interajo tendo em conta o que o outro me diz, mas sim, tendo em conta o que eu acho que o outro me quis dizer!

Temos uma estrutura psicológica, preocupações, motivações, complexos, medos, temos botões de sensibilidade… isto é o nosso egocentrismo!

Há um conjunto de referências que nos direccionam a lanterna, que nos fazem ver, sentir, percepcionar os acontecimentos que andam à nossa volta, tal como queremos, ou precisamos!

Pensem nos últimos conflitos que tiveram e verifiquem se parte da causa esteve, ou não, neste egocentrismo psicológico e consequentemente comunicacional!

A verdade é que não somos assim tão diferentes dos cães de Pavlov! A nossa mente pode não se lembrar, mas dificilmente esquece! As associações são uma das suas ferramentas mais fortes!

E se a campainha tocar… ão ão!

Por exemplo...

A Mariana, nova secretária de uma multinacional ficou a saber que o seu director teve um caso com a antiga secretária… No dia a seguir, como acham que foram interpretadas as palavras elogiosas do director, sobre a difícil e importante tradução de uma proposta?

Caso não tivesse ficado a saber do tal “caso”… à noite, durante o jantar com o marido:

“Realmente é outro nível trabalhar numa multinacional, é tão bom sentir o nosso trabalho reconhecido e valorizado!”

No fundo a ponte anda de mão dada com o feijão verde… se o feijão faz apontar a lanterna, a ponte potencia a comunicação e a nossa acção nesse sentido!

Mais um exemplo…

Duas amigas encontram-se no supermercado…

Então Isabel como tens passado? Olha Maria cá vou indo… Pois, continuas desempregada, não é? Não, as coisas lá em casa é que não andam bem… " Ah, andas com problemas com o teu marido? Não, não, com ele as coisas vão bem felizmente, mas é a minha filha… Nessas idades já se sabe, anda metida em coisas estranhas não me digas? Felizmente não, mas quer ir estudar para o estrangeiro. …e tu não achas piada nenhuma, estou a ver… Não, eu entendo-a bem, até é uma boa oportunidade… Desconfias de alguma coisa! Não é isso… é que vou ter muitas saudades dela, não sei como vou lidar com isso…

Elucidativo?!

Podemos explorar 3 ideias chave:

1-Porque temos necessidade de elaborar pressuposições e estabelecer pontes entre as situações sem conseguirmos isolar os factos?
2-A forma como a Maria constrói as pontes para elaborar as perguntas à Isabel, é uma boa forma de desmontarmos a sua mente?Projectamos os nossos feijões verdes na comunicação com os outros?
3-Como é que podemos contrariar esta necessidade e esta tendência egocêntrica na relação com os outros?

As questões ficam no ar… consegues dar a resposta?! Aposto que sim!

“O significado da minha comunicação é medido pela resposta que obtenho do outro!”

Para terminar… Alguém sabe quantas pessoas passam diariamente a ponte sobre o Tejo?
Era só para saber afinal, quantas pontes existem!

Quando vais passar da Margem Sul para a margem norte, a ponte és tu que constróis!

PS: Para os mais cépticos, queria só deixar mais uma nota…

Imaginem a secretária Mariana a agradecer as palavras elogiosas do seu director...

A ponte que constróis para chegar ao outro é de tal maneira tua, que tudo em ti o vai demonstrar, o teu tom de voz, o teu olhar, a tua postura, os teus gestos, as palavras que vais escolher, a tua sobrancelha…

Experimenta dizer que SIM e abanares a cabeça com o NÃO!

Pois é…

Até à próxima

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