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terça-feira, 14 de julho de 2009

Dica 7 - A ponte

Quantas pontes 25 de Abril existem?

Uma? Olha que não!

Ia na ponte que nos liga…a nós…sim…os da Margem Sul à capital e lembrei-me de falar sobre pontes! Em especial sobre as milhares de pontes que existem sobre o Tejo!

Não querendo tornar extravagante a Dica 7… mas a verdade é que cada um de nós tem a sua ponte sobre o Tejo!

Já leste a Dica do Feijão Verde? Não? … Então, CLICA Feijão Verde, faz uma pausa e vai lê-la primeiro!

O nosso dia é passado a fazer ligações, deduções, induções, conclusões, inferências…estamos permanentemente a estabelecer pontes entre o “eu” e o “outro”!

Qual dos dois tem mais peso? Invariavelmente o “eu”! Se é o mais correcto? O mais real? Claro que não!

A comunicação é claramente egocêntrica!

Eu não interajo tendo em conta o que o outro me diz, mas sim, tendo em conta o que eu acho que o outro me quis dizer!

Temos uma estrutura psicológica, preocupações, motivações, complexos, medos, temos botões de sensibilidade… isto é o nosso egocentrismo!

Há um conjunto de referências que nos direccionam a lanterna, que nos fazem ver, sentir, percepcionar os acontecimentos que andam à nossa volta, tal como queremos, ou precisamos!

Pensem nos últimos conflitos que tiveram e verifiquem se parte da causa esteve, ou não, neste egocentrismo psicológico e consequentemente comunicacional!

A verdade é que não somos assim tão diferentes dos cães de Pavlov! A nossa mente pode não se lembrar, mas dificilmente esquece! As associações são uma das suas ferramentas mais fortes!

E se a campainha tocar… ão ão!

Por exemplo...

A Mariana, nova secretária de uma multinacional ficou a saber que o seu director teve um caso com a antiga secretária… No dia a seguir, como acham que foram interpretadas as palavras elogiosas do director, sobre a difícil e importante tradução de uma proposta?

Caso não tivesse ficado a saber do tal “caso”… à noite, durante o jantar com o marido:

“Realmente é outro nível trabalhar numa multinacional, é tão bom sentir o nosso trabalho reconhecido e valorizado!”

No fundo a ponte anda de mão dada com o feijão verde… se o feijão faz apontar a lanterna, a ponte potencia a comunicação e a nossa acção nesse sentido!

Mais um exemplo…

Duas amigas encontram-se no supermercado…

Então Isabel como tens passado? Olha Maria cá vou indo… Pois, continuas desempregada, não é? Não, as coisas lá em casa é que não andam bem… " Ah, andas com problemas com o teu marido? Não, não, com ele as coisas vão bem felizmente, mas é a minha filha… Nessas idades já se sabe, anda metida em coisas estranhas não me digas? Felizmente não, mas quer ir estudar para o estrangeiro. …e tu não achas piada nenhuma, estou a ver… Não, eu entendo-a bem, até é uma boa oportunidade… Desconfias de alguma coisa! Não é isso… é que vou ter muitas saudades dela, não sei como vou lidar com isso…

Elucidativo?!

Podemos explorar 3 ideias chave:

1-Porque temos necessidade de elaborar pressuposições e estabelecer pontes entre as situações sem conseguirmos isolar os factos?
2-A forma como a Maria constrói as pontes para elaborar as perguntas à Isabel, é uma boa forma de desmontarmos a sua mente?Projectamos os nossos feijões verdes na comunicação com os outros?
3-Como é que podemos contrariar esta necessidade e esta tendência egocêntrica na relação com os outros?

As questões ficam no ar… consegues dar a resposta?! Aposto que sim!

“O significado da minha comunicação é medido pela resposta que obtenho do outro!”

Para terminar… Alguém sabe quantas pessoas passam diariamente a ponte sobre o Tejo?
Era só para saber afinal, quantas pontes existem!

Quando vais passar da Margem Sul para a margem norte, a ponte és tu que constróis!

PS: Para os mais cépticos, queria só deixar mais uma nota…

Imaginem a secretária Mariana a agradecer as palavras elogiosas do seu director...

A ponte que constróis para chegar ao outro é de tal maneira tua, que tudo em ti o vai demonstrar, o teu tom de voz, o teu olhar, a tua postura, os teus gestos, as palavras que vais escolher, a tua sobrancelha…

Experimenta dizer que SIM e abanares a cabeça com o NÃO!

Pois é…

Até à próxima

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terça-feira, 7 de julho de 2009

Dica 6 - A velhota


Lembro-me de uma professora que tive no 9º ano ter-me explicado metaforicamente a ligação entre dois componentes químicos, com o seguinte exemplo:

“Se fores ajudar uma velhota a passar na passadeira vais ao ritmo de quem?”

Simples e genial! Um bem-haja aos bons professores deste país!

Pensar no ritmo da velhota, ou na falta dele, fez-me querer escrever sobre as velhotas que moram dentro de cada um de nós!

Já vos aconteceu terem que fazer determinada tarefa, mas estarem a adiá-la o mais possível?!

Aposto que inúmeras vezes!

É a este adiar que resolveram chamar de procrastinação!

Todos somos procrastinadores, ponto prévio! Com diferentes motivos, com diferentes intensidades, mas todos procrastinamos diariamente!

É essa velhota que mora dentro de cada um de nós que vamos procurar “desmontar” e entender como e porque funciona!

Todos nós temos os chamados “diálogos internos”, de forma consciente ou não vamos mantendo conversa com os nossos “botões”, reflectindo, partilhando, criticando, receando… na maioria das vezes incontroláveis são esses pensamentos que, quase paradoxalmente, controlam grande parte daquilo que fazemos!

“A qualidade da nossa vida depende da qualidade dos nossos pensamentos!” Um outro professor meu…

Vamos lá operacionalizar…

O Nuno… Jovem, ambicioso, seguro de si e das suas competências, tem acumulado sucessos na sua área de especialização, normalmente consegue resolver rapidamente os problemas, ah e prefere trabalhar sozinho!

Será o Nuno um procrastinador? Claro que sim!

Tendencialmente ele adia, protela, evita a execução de tarefas por se sentir superior a elas, subestimando-as, perdendo exigência!

A isto se chama de procrastinação por excesso de autoconfiança e complacência!

Agora… vamos imaginar que somos a chefia directa do Nuno e que, o Nuno faz parte de uma equipa maior, que por sua vez é interdependente entre si, estão a ver a situação?

A estrutura psicológica do Nuno irá levá-lo a adiar sistematicamente algumas tarefas, já faço isso rápido ou mais logo trato disso, são expressões típicas dos tais diálogos internos.

Há impactos directos e inerentes a situações deste género! Entropia na comunicação interna, atrasos nas sequências funcionais, ou conflitos interpessoais, entre outros!

O Nuno é um mau elemento? O Nuno é um excelente elemento, cujo perfil deve ser potenciado! Seria esta a resposta mais positiva e objectiva!

Diz o princípio básico do recrutamento …slogan comum a todas as empresas especialistas da áreas… “A pessoa certa no lugar certo”. A questão é que o Nuno já lá está, com o seu perfil e com as suas características que devem ser compreendidas e potenciadas.

Como?

a)A chefia deve conhecer claramente o seu colaborador, perceber a sua estrutura psicológica, os sues botões motivacionais, aspirações e objectivos, a forma como se posiciona perante o tempo (ADN temporal) por exemplo…

b)Todo o comportamento, por princípio, deve ser visto como bem intencionado.

c)Conhecendo a estrutura do seu colaborador a chefia deve ser capaz de criar condições contextuais, que visem potenciar uma mudança comportamental que vá ao encontro dos objectivos pretendidos.

Sim Pedro, mas como?!

Ora, se estamos perante um caso em que o colaborador se desleixa, adia ou evita a execução de determinadas tarefas, por excesso de auto confiança e complacência, aquilo que a chefia deve fazer é levar o colaborador a frustrar! Isso mesmo!

Isto é…

1-Definir-lhe pontualmente objectivos mais difíceis de atingir, inclusivamente alguns que sabe à priori que o colaborador não será capaz de resolver;

2-Criar um contexto de feedback mais imediato, regular e factual;

3-Aumentar o grau de exposição das tarefas realizadas, divulgando mapas de cumprimento dos objectivos, pedir compromissos nas reuniões de equipa e utilizá-las também para monitorizar em que fase se encontram as tarefas em desenvolvimento;

Não é por chamarmos o Nuno ao gabinete da chefia, provando-lhe por A+B que teve um mau comportamento que ele vai mudar!

Na maioria das vezes nem é preciso falar sobre a área de melhoria… mais importante que isso, é existir uma análise subjacente e a consequente criação de um contexto, que permita à pessoa adaptar a sua estrutura aos objectivos pretendidos! Muitas vezes subconscientemente!

“O líder não é aquele que chega e diz que há pedras no caminho, líder é aquele que vai um passo à frente a pontapeá-las!”

Para além da velhota que vimos hoje (excesso de autoconfiança e complacência), existem outras 4 formas de procrastinar:

1) Evitar situações desagradáveis

2) O receio de fracassar

3) Justificar com barreiras emocionais

4) Ilusão da acção

Cada uma destas formas tem a sua especificidade, causas e consequências!

Já sabes qual é a velhota que mora dentro de ti?

Se quiseres descobrir porque motivos és procrastinador…basta clicares no link seguinte:

http://app.sliderocket.com/app/FullPlayer.aspx?id=38333c72-4df1-4ea4-b7c2-32a1b0e45b46

Se quiseres saber mais sobre a tua velhota, contacta-nos!

Até à próxima

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